22 março 2009

Por que ler e oferecer histórias que falem das culturas africanas e com protagonistas negros?


Será que para uma criança faz alguma diferença o contato com livros que contem histórias das culturas africanas e ou que possuam personagens negros com imagens positivas? Será que tais livros podem influenciar na sua maneira de ser e de se ver como negro?
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) alterada pela lei 10.639/2003 legitima o direito de conhecer a história do negro para além da escravidão e aponta a literatura como um dos caminhos para que se trabalhe o tema.


Minha pesquisa de mestrado e a experiência com turmas em escolas têm mostrado que faz muita diferença para a criança negra ou não negra ter contato com histórias nas quais os negros não sejam retratados como infelizes, sofredores, pobres coitados vítimas de maus tratos.
O contato com histórias nas quais o negro tenha vida, sejam seres históricos sociais têm apontado resultados positivos na (re)contrução da autoestima de crianças negras e na maneira como as crianças não negras se relacionam com as crianças negras.
É importante ressaltar que tais histórias não devem aparecer na sala de aula apenas em maio, quando se fala da abolição da escravatura e/ou em novembro quando se fala da Consciência Negra. Estas histórias precisam estar presentes todos os dias como qualquer outra história. Não se trata de substituir uma por outra, mas sim de incluir.
Muitos livros que contam histórias de culturas africanas e ou com protagonistas negros(as) estão sendo publicadas, mas ainda não são muito fáceis de serem encontradas.
Neste espaço, quero poder compartilhar alguns livros que já tive a oportunidade de ler para turmas em escolas e ou disponibilizar para que as crianças lessem. Objetivo também trazer algumas considerações sobre várias publicações.

3 comentários:

  1. Concordo plenamente com você. Devemos valorizar a história do povo afrodescendente e, mais importante ainda, é que a criança negra perceba q ela tb contribui para a nossa História, não somente como uma mera coadjuvante, mas como uma PROTAGONISTA! Aguardo novas dicas de livros. Esse q vc indicou, já irei providenciar. Bjs

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  2. Parabéns pela iniciativa . A literatura africana tem muito a contribuir para a descoonstrução do preconceito ainda presente em nossas escolas. Adorei as dicas literarias.Bjs. Janete

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  3. Faz TODA diferença!!! Em toda a minha infância eu nunca vi um livro no qual houvesse sequer um homem como o meu pai ou meus tios ou até meus primos... E isso não é legal, não é mesmo, de alguma forma é como se você estivesse fora, excluída, nenhuma princesa tem o nariz achatado então como eu poderia ser uma princesa??? Criança sofre com isso, toda criança quer ser princesa, não só as loiras de olhos azuis com cara de barbie poxa!!! Por isso tenho um mega acervo de livros infantis com personagens negros, histórias da África, do Brasil, do mundo... com pessoas de várias cores, tamanhos, jeitos e trejeitos e faço questão de contar e recontar... Minhas amigas professoras igualmente, quando menos espero alguém chega e me mostra uma novidade e vice versa e nossas crianças são mais felizes por isso... Antes de Lele e seu cabelo, Maria Luiza achava que seu cabelo era feio, depois dele ela vem mudando e nós insistindo em valorizar a beleza dela... Depois de Abena as meninas negras se dizem princesas e os meninos se sentem príncipes tb, uns gostam da Chuva outros do Fogo e assim vai...

    Enfim... curti conhecer seu blog... curtir sua proposta. Muito bom! #Necessário

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