23 maio 2010

O Filho do Vento

Escrito por José Eduardo Agualusa e ilustrado por António Ole - Ed. Língua Geral
Esta é uma história baseada em um conto tradicional africano do povo koi-san.
O filho do vento, que era um menino, se transforma em pássaro que se alimenta das estrelas que foram criadas, por uma bela mulher, ao laçar para o céu as cinzas das sementes de uma planta.
Com palavras que soam como poesia, o conto traz uma versão sobre o surgimento da  lua e  principalmente, o nascimento do amor.
Amor que passa pelo conhecimento do outro, pela observação, pela admiração e por sonhos cultivados.
As ilustrações são feitas em guache sobre papel e aparecem em partes ampliadas, porém parciais. Ao final do livro, as pinturas estão destacadas em miniatura, mas com visão total.

16 maio 2010

Berimbau mandou te chamar

Organizado por Bia Hetzel e ilustrado por Mariana Massarani - Ed. Manati
Dificilmente alguém ouve o som de um berimbau acompanhado de atabaque e  consegue resistir não parando para dar uma olhada na roda de capoeira. O passo apressado pode perder a pressa ou, pelo menos, diminuir o ritmo só para ver o jogo de corpo e o movimento e/ou ouvir a batida, o ritmo e os versos dos capoeiras.
Neste livro, encontramos versos de cantigas antigas criadas e cantadas em rodas de capoeira. As ilustrações procuram mostrar o movimento e o humor presentes nas cantigas e também a diversidade que podemos encontrar nas  rodas de capoeira.
Ao final do livro, temos um texto que procura contar um pouco da história da capoeira que é um símbolo de luta e resistência da população negra.


02 maio 2010

O casamento da Princesa

Escrito por Celso Sisto e ilustrado por Simone Matias - Ed. Prumo 
Este livro é uma adaptação de um conto popular africano.
Abena, a princesa, é bela e admirada por muitos. Considerada a "princesa mais bela do mundo". Além disso, seus trajes e adornos são destacados como complementos à sua beleza natural.
A mão da princesa é disputada por dois pretendentes. Os dois se apresentam procurando mostrar suas melhores qualidades, sua força na natureza e importância na vida humana, sem deixar de cuidar da aparência física.
Um se apresenta diretamente a ela e o outro, ao rei, seu pai.
Como decidir?  O coração da princesa quer um, mas ela não se vê no direito de desrespeitar a palavra dada por seu pai ao outro pretendente.
A palavra na tradição africana tem força e não deve ser quebrada. O pai, por sua vez, não impõe sua palavra sobre a da sua filha. Eles se respeitam tanto quanto respeitam a tradição.
O rei, sabiamente, propõe um desafio aos pretendentes. Todos param para ver a disputa pela mão da princesa no dia do casamento.
Quando os tambores começam a tocar iniciando o desafio, as crianças que ouvem o conto, já estão tão dentro da história que já fizeram suas escolhas. Em todas as turmas para as quais já li o livro a reação foi semelhante: elas começam a torcer pelos seus favoritos e vibram com o resultado.
Devo destacar que além da adaptação estar muito bem feita, muito envolvente, a ilustração é belíssima! A ilustradora consegue trazer o texto para a imagem de modo a enriquecê-lo ainda mais. A imagem retrata o movimento presente no texto escrito. As ilustrações trazem também vários elementos de culturas africanas como:  diferentes vestimentas com diversidade de padronagens de tecidos, instrumentos musicais, vasilhames, etc...
Poucas são as histórias onde aparecem princesas negras. Elas contribuem muito para que se quebre a ideia errônea de que só existem princesas com características europeias.