11 dezembro 2010

A árvore do Beto

Texto: Ruth Rocha - Ilustrações: Mariana Massarani - Ed. Salamandra
Em sua mais nova edição, Beto, protagonista desta história, enegreceu! 
O livro conta a história de um menino que sonhava em ter uma árvore de Natal.
O texto escrito fala sobre realização de sonho, respeito à natureza, solidariedade e, principalmente, amizade, como elemento fundamental no cotidiano das pessoas.
Uma das imagens que destaco é uma em que aparece uma mesa de ceia de Natal com pessoas de diferentes idades, cores e tons de pele e também um Papai Noel negro.
Eu já gostava do texto e agora adorei com as novas ilustrações.


02 novembro 2010

Minhas contas

Escrito por Luiz Antonio e Ilustrado por Daniel Kondo - Ed. Cosac Naify
O livro aborda um tema muito falado na atualidade, porém ainda pouco discutido nas escolas: a intolerância religiosa. O autor fala sobre os preconceitos em relação ao Candomblé que chega a interromper uma amizade bonita entre duas crianças e chama a nossa atenção sobre a importância de se conhecer os preceitos, o que prega cada religião, antes de fazer julgamentos prévios e sem fundamentos.

É um convite ao conhecimento e não à conversão. Afinal, cada um segue a sua religião ou nenhuma, mas é preciso conhecer e respeitar as demais.

As ilustrações complementam e enriquecem o texto escrito.

31 outubro 2010

As gueledés - a festa das máscaras

Escrito e ilustrado por Raul Lody - Ed. Pallas
O autor nos traz um história contada pelo povo Yorubá. Nela, fala-se sobre o poder das mulheres, principalmente, o de poder ser mãe. Imagine mulheres que à noite, se reunem e se transformam em diferentes animais. O que a inveja e o medo dos homens não os levariam a fazer? Danças, máscaras, músicas e muito colorido explicam a Festa Gueledé realizada anualmente pelo povo Yorubá.
No final do livro há algumas informaçãoes sobre localização do povo Yorubá na África Ocidental falando também um pouco sobre suas artes, mulheres e sociedade.
Não se pode deixar de destacar as ilustrações que são belas e muito coloridas.
É muito provável que, após ler o livro, muitos sintam vontade de produzir máscaras com os alunos e alunas. Fica a sugestão.

18 outubro 2010

Pretinha de Neve e os Sete Gigantes

Escrito e ilustrado por Rubem Filho - Editora Paulinas
O autor brinca com a história que é um clássico dos contos de fadas.
Nele, a rainha é que fica viúva e se casa com um rei, que por sinal é muito convencido, mandão e adora comer doces. Doces estes que são preparados pela própria rainha. 
Nesta história não há espelho, mas é com um tacho que a princesa conversa.
Observa-se que o autor não fez apenas a mudança na cor e tamanho das personagens. E talvez, por isso, a história tornou-se ainda mais interessante. São vários os elementos que mudam sem se perder características dos contos de fadas.
É uma história bem-humorada que também fala de carinho e amizade.

06 setembro 2010

Os tesouros de Monifa


Escrito por Sonia Rosa – Ilustrado por Rosinha - Ed. Brinque-Book


Muitos poderiam ser os tesouros que uma tataravó poderia deixar para seus descendentes. “Monifa” deixou a sua história, seus pensamentos e reflexões.

Este livro nos mostra o quando as pessoas arrancadas de suas terras e trazidas para serem escravizadas não deixaram escravizar seus pensamentos, seus sonhos, seus valores. A tataraneta, mesmo sendo muito nova, ao receber como presente o baú da tataravó, soube dar valor às histórias vividas que foram escritas ou contadas oralmente passadas de geração em geração.

Talvez esta seja uma das coisas que precisamos recolocar em nossa vida tão corrida: ouvir histórias vividas pelos nossos ancestrais. Com toda certeza, muito aprenderíamos. Lamento muito não ter recebido tal tesouro como a menina protagonista desta história. As ilustrações, cheias de flores em suas páginas, complementam esta narrativa cheia de delicadeza e ensinamentos.

29 agosto 2010

O beijo da palavrinha

Texto: Mia Couto - Ilustrações: Malangatana   Ed. Língua Geral

A história se passa em uma aldeia no interior da África onde há uma família muito pobre que não conhece o mar.
Imagine alguém sentir o mar através da palavra MAR. O que esta palavrinha traz da grandeza do mar? O autor nos mostra que esta palavrinha traz muito desta grandeza e nos faz ver e sentir o mar ao defini-lo através de um momento de cumplicidade, sensibilidade, solidariedade e muita imaginação de dois irmãos.

22 agosto 2010

Cadê?

Texto e Ilustrações: Graça Lima  - Ed. Nova Fronteira

Que criança não gosta de brincar de esconder? Que criança não brinca com a imaginação?
Neste livro, a mãe vai perguntando onde está o filho usando, em alguns momentos, termos carinhosos para se referir a ele como: amorzinho e menininho.
O menino vai andando pela casa e respondendo de acordo com a sua imaginação. Quando ele diz que está embaixo de uma girafa, por exemplo, na página seguinte vemos que ele está embaixo da mesa.
Que nunca percamos a possibilidade de ver além do que se apresenta.

29 julho 2010

Obax

Texto e ilustrações  de André Neves - Ed. Brinque-Book

Esta história é ambientada em aldeia africana e conta a história de uma menina que vê o que os os outros não conseguem ver e, portanto, não acreditam nela. Onde acaba a imaginação e começa a realidade? O que é verdade para um e mentira para o outro? A menina, com a imaginação de uma criança, senta em uma pedra e se vê dando a volta ao mundo nas costas de um elefante.
Ler esta história fez-me pensar e questionar: "Em que lugar deixamos a nossa capacidade de ver além do que a realidade, muitas vezes dura, nos apresenta?"
Obax, que significa flor, é um nome muito usado na Somália, é o nome da protagonista e desta história florida.
Vencedor do prêmio JABUTI 2011! Parabéns, André Neves!

25 junho 2010

A menina que bordava bilhetes

Escrito por Lenice Gomes e ilustrado por Ellen Pestili - Ed. Cortez
Um vilarejo, a chegada anual do Parque de Diversões, uma menina chamada Margarida que distribuía muitos versos cantados e bordados para as pessoas do lugar. Pessoas com sensibilidade e disponibilidade para olhar, ouvir e sentir o outro e a si mesmo aproveitando o momento mágico que estão vivendo.
Muitas brincadeiras, versos e cantigas folclóricas aparecem no texto mexendo com a memória de quem brincou na infância convidando-nos a brincar mais e mais.
A ilustração, além das pinturas, traz muitos bordados, fuxicos e coloridos. Esta diversidade aparece também nas personagens.

03 junho 2010

Neguinho aí

Escrito por Luís Pimentel e ilustrado por Victor Tavares - Ed. Pallas
Quantas e quantas vezes não ouvimos ou até mesmo falamos: " Neguinho isso", "Neguinho aquilo", "Neguinho quer..." Falas já tão costumeiras que muitas vezes nem nos damos conta. Afinal, quem é o "neguinho" que se faz presente nestas falas? Escrito em verso, o livro apresenta as variações para o uso do termo. "Neguinho" pode se referir ao branco, ao negro, ao pobre, ao rico. Pode ser um termo carinhoso ou pode ser pejorativo.
As ilustrações de Victor Tavares trazem uma família negra que foge de imagens estereotipadas. A família vive numa cidade grande com todos os seus contrastes. Há negros e não negros, há pobres e ricos.
O movimento que me parece ser uma caracterísca nas imagens deste ilustrador também está presente nesta obra.
Na última ilustração do livro vemos um avião carregando uma faixa com a frase: "Viva a diversidade". Esta diversidade está impressa no livro através das palavras e das imagens.

23 maio 2010

O Filho do Vento

Escrito por José Eduardo Agualusa e ilustrado por António Ole - Ed. Língua Geral
Esta é uma história baseada em um conto tradicional africano do povo koi-san.
O filho do vento, que era um menino, se transforma em pássaro que se alimenta das estrelas que foram criadas, por uma bela mulher, ao laçar para o céu as cinzas das sementes de uma planta.
Com palavras que soam como poesia, o conto traz uma versão sobre o surgimento da  lua e  principalmente, o nascimento do amor.
Amor que passa pelo conhecimento do outro, pela observação, pela admiração e por sonhos cultivados.
As ilustrações são feitas em guache sobre papel e aparecem em partes ampliadas, porém parciais. Ao final do livro, as pinturas estão destacadas em miniatura, mas com visão total.

16 maio 2010

Berimbau mandou te chamar

Organizado por Bia Hetzel e ilustrado por Mariana Massarani - Ed. Manati
Dificilmente alguém ouve o som de um berimbau acompanhado de atabaque e  consegue resistir não parando para dar uma olhada na roda de capoeira. O passo apressado pode perder a pressa ou, pelo menos, diminuir o ritmo só para ver o jogo de corpo e o movimento e/ou ouvir a batida, o ritmo e os versos dos capoeiras.
Neste livro, encontramos versos de cantigas antigas criadas e cantadas em rodas de capoeira. As ilustrações procuram mostrar o movimento e o humor presentes nas cantigas e também a diversidade que podemos encontrar nas  rodas de capoeira.
Ao final do livro, temos um texto que procura contar um pouco da história da capoeira que é um símbolo de luta e resistência da população negra.


02 maio 2010

O casamento da Princesa

Escrito por Celso Sisto e ilustrado por Simone Matias - Ed. Prumo 
Este livro é uma adaptação de um conto popular africano.
Abena, a princesa, é bela e admirada por muitos. Considerada a "princesa mais bela do mundo". Além disso, seus trajes e adornos são destacados como complementos à sua beleza natural.
A mão da princesa é disputada por dois pretendentes. Os dois se apresentam procurando mostrar suas melhores qualidades, sua força na natureza e importância na vida humana, sem deixar de cuidar da aparência física.
Um se apresenta diretamente a ela e o outro, ao rei, seu pai.
Como decidir?  O coração da princesa quer um, mas ela não se vê no direito de desrespeitar a palavra dada por seu pai ao outro pretendente.
A palavra na tradição africana tem força e não deve ser quebrada. O pai, por sua vez, não impõe sua palavra sobre a da sua filha. Eles se respeitam tanto quanto respeitam a tradição.
O rei, sabiamente, propõe um desafio aos pretendentes. Todos param para ver a disputa pela mão da princesa no dia do casamento.
Quando os tambores começam a tocar iniciando o desafio, as crianças que ouvem o conto, já estão tão dentro da história que já fizeram suas escolhas. Em todas as turmas para as quais já li o livro a reação foi semelhante: elas começam a torcer pelos seus favoritos e vibram com o resultado.
Devo destacar que além da adaptação estar muito bem feita, muito envolvente, a ilustração é belíssima! A ilustradora consegue trazer o texto para a imagem de modo a enriquecê-lo ainda mais. A imagem retrata o movimento presente no texto escrito. As ilustrações trazem também vários elementos de culturas africanas como:  diferentes vestimentas com diversidade de padronagens de tecidos, instrumentos musicais, vasilhames, etc...
Poucas são as histórias onde aparecem princesas negras. Elas contribuem muito para que se quebre a ideia errônea de que só existem princesas com características europeias.

18 abril 2010

Valentina

Escrito por Márcio Vassallo e Ilustrado por Suppa - Global Editora
Valentina é filha de um rei e de uma rainha, portanto, uma princesa.
Um princesa que é negra, usa óculos e tem orelhas de abano. Tudo dito e ou ilustrado de forma positiva. 
Ela vive em um castelo que é uma casa em um morro. O rei e a rainha são pessoas que descem para o asfalto, diariamente, para trabalhar e tentam proteger a filha das coisas não boas do mundo. Os pais de Valentina desejam o que muitos pais desejam aos seus filhos e que, como Valentina, não entendem o significado de: "ser alguém na vida".
O autor descreve Valentina e o "seu mundo" de forma muito poética e o asfalto de forma mais crítica.
Valentina é amada e bem cuidada pelos pais e tem uma autoestima elevada, portanto vai na contramão do que predomina no imaginário coletivo sobre as relações pais e filhos das pessoas que moram nos morros e favelas.
Quantas "Valentinas" encontramos em nossas salas de aula? Na minha caminhada já tive a felicidade de ver muitas.
Li que Valentina significa: forte, vigorosa, capaz de passar por cima de qualquer obstáculo quando quer realizar algo. Esta personagem não poderia ter outro nome.
O livro é muito rico em detalhes que só quem tem um olhar e uma escuta sensível poderia ser capaz de traduzir em palavras e imagens.
Toda vez que leio este livro fico querendo ler mais sobre a Valentina. Quem sabe um dia o autor não nos presenteia com a continuação de Valentina?

Se quiser ouvir um trecho da história, acesse o site do autor:
http://www.marciovassallo.com.br/
ou acesse o link sobre o livro Valentina:
http://www.marciovassallo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=51&Itemid=59

10 abril 2010

Morrendo de rir

Escrito por Luciana Savaget e ilustrado por Maurício Veneza - Ed. Nova Fronteira
A história do livro é baseada no que ocorreu na Tanzânia, em 1962, quando uma "epidemia" de risos tomou conta do lugar. Imagine um colégio onde alunas começam a rir sem parar e em pouco tempo o "surto" de riso se espalha pela cidade. Médicos, cientistas e outros profissionais não conseguem explicar o ocorrido.
Quantas vezes já não vimos alunos rirem sem conseguir parar contagiando outros? Muitas vezes, nem eles sabem o motivo.
A autora faz alusão ao fato histórico e cria situações que poderiam ter ocorrido ou não, e aproveita também para adicionar personagens reais e atuais como Osama Bin Laden e Ronaldinho.
Até o Brasil, com a alegria mundialmente relacionada ao seu povo foi parar nesta história contada neste livro.
Em dias de tantas notícias tristes, como o que estamos vendo e vivendo no Rio de Janeiro, Niterói e outras cidades do estado do RJ, entre outros acontecimentos pelo mundo afora, ouvir uma história de riso, pode ser muito valioso e quem sabe um pouco contagioso para aliviar as tensões.

Se quiser saber um pouco mais sobre o fato, veja  o artigo no site da Revista SuperInteressante:
http://super.abril.com.br/ciencia/rir-melhor-remedio-442631.shtml

07 abril 2010

O menino Nito: então, homem chora ou não?

Escrito por Sonia Rosa e ilustrado por Victor Tavares - Ed. Pallas
Então, homem chora ou não? Esta pergunta que faz parte do título do livro ainda é uma questão que se discute em nossa sociedade. Por que o homem não teria direito de chorar?
Nito é um menino bonito. Tem uma característica considerada um problemão: chora muito. O pai lhe diz que não deve chorar porque é macho. O menino entende e passa a seguir o que o pai diz, mas  novos problemas começam a surgir como consequencias dos choros não chorados.
A autora trata o assunto com um certo humor e muita sensibilidade.
As crianças costumam gostar muito desta história e os meninos ficam muito atentos. Conversar com as crianças, antes ou depois desta leitura, nos ajuda a ver muitos dos preconceitos que eles já assimilaram sobre o tema. Para muitos, esta história pode ajudar a repensar sobre as frases que ouviram de adultos machistas e que reproduzem.
Esta história também pode ser encontrada na série "Livros Animados" do Canal Futura e que se encontra no DVDescola enviado pelo MEC a várias escolas públicas.
É interessante ler o livro e depois assistir pela TV.

28 março 2010

Menina Bonita do Laço de Fita

Escrita por Ana Maria Machado e ilustrada por Claudius - Ed. Ática
Este é, sem dúvida alguma, o livro mais conhecido quando se fala em personagens negros na literatura infantil. Uma das obras mais premiadas da autora. 
     A história apresenta uma menina negra, bonita e um coelho branco que sonha em ter a sua negritude.
     Quem quiser conferir no site* da autora verá que a história surgiu para a filha dela que era muito branquinha, mas que ao produzir o livro utilizando uma situação que acontecia em casa, a autora optou por colocar a personagem negra assemelhando-a mais à realidade da população brasileira.

     Esta história também é encontrada no programa "Livros Animados" do Canal Futura. As escolas que receberam o DVDescola, possuem esta animação. A leitura do livro é um sucesso garantido. Se além da leitura, também virem a animação o sucesso fica mais garantido ainda. Vale conferir.

*http://www.anamariamachado.com/historia/menina-bonita-do-laco-de-fita

26 março 2010

Luana, a menina que viu o Brasil neném

Escrita por Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino e ilustrada por Arthur Garcia - Ed.FTD
Luana, menina capoeira, através da magia do som de seu berimbau, viaja no tempo e presencia a chegada de Cabral às terras brasileiras e o primeiro contato com os índios. A menina vê Caminha escrevendo a carta ao rei sobre as novas terras.
A narrativa conta também sobre os quilombos e a tradição oral de contar as histórias de lutas e conquistas do povo para que não sejam esquecidas.
Há versos cantados em rodas de capoeira e imagens de instrumentos e movimentos deste jogo, esporte, luta e arte da cultura negra.
Já tive a experiência de ler esta história em capítulos para os alunos. Foi um sucesso!
Para os que gostam de livros que possibilitem discussões ou desenvolvimento de algum projeto ligado a datas de momentos históricos, este livro é uma sugestão para os meses de abril e maio.


 

21 março 2010

A ovelha negra

Escrito por Bernardo Aibê e Ilustrado por Mariana Massarani - Ed. Mercuryo Jovem
O livro conta a história de uma ovelha que não gostava de ser negra. Queria ser igual às outras que eram brancas e com isso, sofria. Vivia triste. Embora não fosse desprezada pelas demais, sentia-se mal por se sentir e ser vista como diferente. A ovelha passa por um processo de conscientização e descobre que pode e deve ser feliz sendo uma ovelha negra. Ela passa a gostar de si mesma ao perceber que não precisa ser igual às outras para ser feliz.
Assim como a história fala de uma ovelha, não se difere de tantas pessoas que, devido aos padrões de beleza estabelecidos, acabam por se sentirem mal por sua pele negra. O desejo de embranquecer passa a ser um ideal da sociedade e de si. E para quê? Quantas e quantos alunas e alunos não temos em nossa sala de aula como a "ovelha negra" desta história?

07 março 2010

Outros contos africanos para crianças brasileiras



Escritro por Rogério Andrade Barbosa e ilustrrado por Maurício Veneza  - Ed. Paulinas
O livro traz duas fábulas: a primeiro tenta explicar o por que de as galinhas d'angola terem pintas brancas. A segunda, sobre o motivos pelo qual  os porcos têm fucinho curto. Uma das histórias fala sobre uma premiação por um esforço que ajudaria a todos da localidade. A outra fala sobre inveja,enganação e  inocência.
Para quem gosta de oferecer outras linguagens acompanhadas das histórias, uma sugestão é após ou antes da história da galinha, ouvir, cantar e brincar com a música: "A galinha d'angola" de Vinícius de Moraes e Toquinho. E por que não também modelar galinhas d'angola ou usar outras técnicas como pintura ou colagem?

27 fevereiro 2010

Histórias da Preta

Escrito por Heloísa Pires de Lima e ilustrado por Laurabeatriz - Ed. Companhia da Letrinhas
Através deste livro é possível conhecer muito sobre África: História, culturas e religião de matriz africana  contado pelo olhar crítico e questionador da personagem que da nome ao livro. No decorrer da história vemos que a menina questionoa também sobre o que é ser negro, o que o termo carrega de identificações negativas que podem levar a negação do ser negro. Paralelo a isto a personagem nos mostra o quanto é importante e significativo conhecer sobre a ascendência negra para a formação de uma identidade negra positiva. Quantos e quantas meninos e meninas não se idenficarão com  a "Preta" e seus questionamentos?
Há muitas  histórias dentro desta narrativa com riquezas de informações. As ilustrações trazem também contribuições significativas.
Como o texto pode ser considerado grande, uma sugestão é ler a história em capítulos. Vira uma "novela" com muita aprendizagem.

17 fevereiro 2010

ABC do continente africano

Escrito por Rogério Andrade Barbosa e ilustrado por Luciana Justiniani Hees - Ed. SM
Como o próprio título sugere, o livro passeia pelo continente africano com sua diversidade e seus contrastes através das 26 letras do alfabeto. Para cada letra uma palavra. Algumas nos parecem tão simples, como a palavra mercado, mas que o autor de forma até poética e a ilustradora com certa riqueza em alguns detalhes, conseguem nos mostrar a importância e a movimentação existente no mercado como parte da cultura de povos africanos.
Encontramos então palavras que nos são familiares como HISTÓRIAS e outras nem tanto como: KALAHARI.
É ler e conhecer um pouquinho deste continente com o qual muito podemos aprender.

16 fevereiro 2010

Um safári na Tanzânia

Escrito por Laurie Krebs e ilustrado por Julia Cairns - Ed. SM
Através do livro fazemos uma viagem com crianças Massai pelas savanas da Tanzânia.
As crianças de Educação Infantil se encantam e se sentem instigadas a descobrir o quantitativo de cada animal em seu habitat contando ou pelas rimas que o texto também apresenta.
Em cada página, ao lado do numeral que representa a quantidade de animais que foram contados por cada criança da história está escrito o nome deste numeral na língua kswahili.
As ilustrações retratam os tipos e cores de trajes e ornamentos tradicionais do povo Massai.
Ao final do livro encontramos pequenos textos que falam sobre: algumas características dos dez (kumi) animais que aparecem durante o safári; nomes das crianças que aparecem no texto e seus significados; caracterísscas e um pouco da história da Tanzânia e os numerais com as palavras em kswahili e em português.
Este é o tipo do livro que os pequenos, ao final, costumam dizer: "Conta de novo!"

07 fevereiro 2010

Tequinho, o menino do samba

Escrito por Neusa Rodrigues e Alex Oliveira e ilustrado por Mello Menezes - Ed. Rovelle
O livro conta a história de um menino que nasce e mora numa comunidade onde o samba faz parte da vida e das histórias do lugar. É um menino toca na bateria e tem sonhos grandiosos para a escola de samba que faz parte da sua vida.
A tradição de contar histórias oralmente está presente no livro, pois a avó conta e reconta as histórias da escola de samba da comunidade para que faça parte da memória do grupo favorece também o sentimento de pertença.
O livro mostra alguns valores civilizatórios africanos como: memória, ludicidade, comunitarismo e oralidade. As ilustrações evidenciam ainda um outro valor civilizatório: a circularidade.
Ao final do livro encontramos um glossário que conta um pouco da história e/ou explica sobre palavras que estão ligadas ao Carnaval.
Quantos "Tequinhos" e "Tequinhas" será que temos em sala de aula e muitas vezes não nos damos conta da existência e das histórias deles e delas?

29 janeiro 2010

Ulomma - A casa da beleza e outros contos e Contos da Lua e a Beleza Perdida

Escritos por Sunny e ilustrados por Denise Nascimento - Ed. Paulinas
Os dois livros trazem contos tradicionais africanos. Embora tenha contos com animas, incluindo uma versão da história da tartaruga que vai à uma festa no céu, a maioria conta histórias de gente. As narrativas falam de diversas formas de amor e todas com muito encantamento. Há canções mágicas, estrelas cadentes, bruxas, fadas, animais com poderes mágicos etc... Temas como inveja e orgulho também estão muito presentes. São histórias para serem contadas e recontadas como os que são considerados como Contos Clássicos da literatura infanto-juvenil. 
Em relação às ilustrações, considero-as indescritíveis. Elas conseguem traduzir boa parte da emoção que estes contos nos trazem. Além disso, detalhes dos cabelos ou até mesmo a ausência deles, roupas, ornamentos nos conduzem ao continente africano e suas tradições.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

25 janeiro 2010

Erinlé, o caçador e outros contos africanos e O papagaio que não gostava de mentiras e outras fábulas africanas


Escritos por Adilson Martins e ilustrados por Luciana Justiniani Hees - Ed. Pallas
São dois livros de contos e fábulas africanas que trazem temas universais, mas da forma como são contadas em alguns países africanos. São contos e fábulas que falam sobre a mentira, a inveja, a esperteza etc... São histórias que procuram explicar origens de algumas coisas, outras que procuram trazer alguma forma de ensinamento. As personagens, animais e ambientação nos reportam ao berço da humanidade.
Ao final de cada fábula ou conto encontramos um pequeno texto informativo sobre característica do local onde ocorre a narrativa ou da personagem principal (animal ou gente). Com isso, além de podermos conhecer histórias da tradição oral, aprendemos um pouco mais sobre animais nativos e histórias locais e costumes e tradições de alguns povos.

19 janeiro 2010

Contos africanos para crianças brasileiras

Escrito por Rogério Andrade Barbosa e ilustrado por Maurício Veneza Ed. Paulinas
O livro traz adaptação de dois da literatura oral de Uganda, um país do continente africano.
São histórias com temas muito populares e conhecidos, mas com as características do lugar de onde foram recolhidas.
Uma tenta explicar por que gato e rato se tornaram inimigos. A segunda, ainda mais conhecida, procura explicar a causa do casco rachado dos jabutis.
As duas histórias costumam encantar não só crianças como jovens e adultos.
Quem tiver a cesso ao DVDescola que foi distribuído pelo MEC a várias escolas, poderá além do livro, mostrar também a primeira história intitulada: "Amigos, mas não para sempre" em DVD, pois esta história faz parte do programa Livros Animados do Canal Futura.
É uma ótima experiência ler a história para os alunos e mostrá-la na telinha.

17 janeiro 2010

Kofi e o menino de fogo

Escrito por Nei Lopes e ilustrado por Hélène Moreau - Editora Pallas

A história se passa em Gana e o autor nos mostra algumas tradições comuns ao povo de Gana e também de diferentes povos africanos como: a forma de escolher o nome para uma criança e o respeito aos mais velhos. Através da narrativa, o autor fala de modos de vida em uma aldeia africana e alguns fatos históricos procurando fazer uma relação entre África e Brasil, situando o leitor no tempo.
O tema principal é a imagem prévia que se faz do outro, constituindo-se num preconceito, ou seja, um conceito antecipado sobre algo ou alguém.
Kofi, o protagonista que dá nome ao livro nunca tinha visto pessoas não negras, mas sabia que existiam e começa a imaginá-los de acordo com o que ouve falar. Um dia, visitantes estrangeiros chegam à aldeia e há o encontro entre Kofi e uma outra criança não negra que também tinha conceitos formados sobre as pessoas negras.
No encontro as expectativas, os conceitos são postos à prova.
O autor enfatiza a importância de se conhecer pessoas indo para além das aparências e das diferenças.
O livro traz, ao final, um pouco sobre a história de Gana e algumas características do lugar como: economia, vestuário, alimentação etc...

14 janeiro 2010

Feliz Aniversário, Jamela!

Escrita e ilustrada por Niki Daly - SM edições

Neste livro, Jamela apronta mais uma das suas. Ela transforma seu sapato novo, que ganhou da mãe como presente de aniversário, e que serviria tanto para passear quanto para ir à escola, no sapato de princesa que desejava ter. A mãe fica uma fera, pois não tem dinheiro para comprar outro sapato para a escola.
Mas nem tudo foi perdido. A criatividade da menina acabou sendo reconhecida e foi possível contornar a situação e obter um sucesso inesperado.
A família de Jamela é constituída, basicamente, por duas mulheres: mãe e avó, o que não difere muito da constituição de muitas famílias na atualidade.

10 janeiro 2010

Cadê você, Jamela?

Escrita e ilustrada por Niki Daly - SM Edições
Como reagimos às mudanças? Algumas pessoas são muitos resistentes, pois o que é novo pode despertar alguns sentimentos como medo, ansiedade, etc.
Desta vez, Jamela fica sabendo que sua mãe conseguiu um novo emprego e que isto resultará em uma mudança de casa. A ideia de ter que ir para uma nova casa não a agrada.
Agora imagine a confisão quando depois do caminhão carregado, pronto para a partida, a mãe  de Jamela procura por ela e não a encontra.  Toda a comunidade começa a procurar por Jamela.
A vida em comunidade, a solidariedade, a empatia são sentimentos que perpassam esta história.
O texto traz também a importância da música e da dança como forma de expressão de sentimentos para muitos povos africanos.

07 janeiro 2010

O que tem na panela, Jamela?

Escrita e ilustrada por Niki Daly  - Edições SM
"O que tem na panela, Jamela?" é o primeiro livro de uma série. Jamela, a protagonista, é uma menina esperta, inteligente que procura soluções para as diversas situações que vive. Neste texto, Jamela se encarrega de cuidar de uma galinha que sua mãe comprou para fazer no Natal. Mas a menina não só cuida como cria um certo laço afetivo com a ave, tornando-a seu bicho de estimação. A galinha, bem cuidada, fica no ponto para ser consumida no Natal. E aí? Como fazer para que seu bichinho não vá para a panela? Jamela busca uma solução.
O livro traz, ao final, um vocabulário com palavras de outras línguas que aparecem no texto.
Pelas ilustrações é possível perceber o cuidado com as roupas, com os cabelos, com a casa, com as pessoas.
Em algumas páginas, as ilustrações se assemelham a uma fotografia, não só pela suavidade dos traços como também pelos detalhes com que retratam o cotidiano.
As histórias desta série se passam na África do Sul, país sede da Copa do Mundo 2010, sendo assim, fica aí uma sugestão de leitura para contribuir com os projetos.

04 janeiro 2010

As tranças de Bintou

Escrita por Sylviane A. Diouf e ilustrado por Shane W. Evans - Ed. Cosac & Naify
Bintou é uma menina que sonha em ter tranças no cabelo. No entanto, a tradição de sua aldeia não permite que crinças usem cabelos trançados. O livro evidencia aspectos como respeito à sabedoria dos mais velhos e respeito às tradições. Mesmo após um ato heróico pelo qual a mãe disse que a menina receberia como prêmio a realização de um desejo, sua avó não fez as tão sonhadas tranças. No entanto, a menina que inicia a história dizendo que seu cabelo é "bobo e sem graça" termina gostando dele. Sua avó, com sua sabedoria é quem contribui para a mudança da menina na forma de se ver.
O tema cabelo é delicado principalmente para as meninas negras, mas o livro trata o assunto de forma a valorizar a estética negra.
Roupas coloridas, adornos, diferentes trançados de cabelos fazem parte da rica das ilustração dese livro.